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sábado, 9 de junho de 2012

Te olho nos olhos



Te olho nos olhos e você reclama que te olho muito profundamente. Desculpa, tudo que vivi foi profundamente. Eu te ensinei quem sou e você foi me tirando os espaços entre os abraços, guarda-me apenas uma fresta. Eu que sempre fui livre, não importava o que os outros dissessem. Até onde posso ir para te resgatar? Reclama de mim, como se houvesse possibilidade de me inventar de novo. Desculpa, desculpa se te olho profundamente, rente à pele, a ponto de ver seus ancestrais nos seus traços. A ponto de ver a estrada onde ficam seus passos. Eu não vou separar minhas vitórias dos meus fracassos! Eu não vou renunciar a mim; nenhuma parte, nenhum pedaço do meu ser vibrante, errante, sujo, livre, quente. Eu quero estar viva e permanecer te olhando profundamente.

Anônimo

A desumanidade do homem



Perguntaram a Osho:

Por que as pessoas tratam uns aos outros como o fazem? Tudo isso é condicionamento, ou há algo no homem que o torna disposto a se desviar? 

São ambas as coisas.

Primeiro, há alguma coisa no homem que o desencaminha. E segundo, existem pessoas cujos interesses é desencaminhar os seres humanos. Ambos juntos criam um ser humano falso, um impostor. Seu coração anseia por amor, mas sua mente condicionada o impede de amar.

Esse é o problema. A criança nasce com um coração que anseia por amor, mas ela também nasce com um cérebro que pode ser condicionado.

A sociedade tem que condicioná-lo contra o coração, porque o coração será sempre rebelde contra a sociedade, ele irá sempre seguir seu próprio caminho. O coração não pode ser tido como um soldado. Ele pode se tornar um poeta, ele pode se tornar um cantor, pode se tornar um dançarino, mas não pode se tornar um soldado.

Ele pode sofrer pela sua individualidade, ele pode morrer pela sua individualidade e liberdade, mas ele não pode ser escravizado. Esse é o estado do coração. Mas a mente...

A criança vem com um cérebro vazio, apenas um mecanismo, o qual você pode arrumar da maneira que você quiser. Ele irá aprender a língua que você ensinar, ele aprenderá a religião que você ensinar, ele aprenderá a moralidade que você ensinar.

Ele é simplesmente um computador, você apenas o alimenta com informações. E toda sociedade cuida de tornar a mente cada vez mais forte para que se houver algum conflito entre a mente e o coração, a mente irá vencer. Mas cada vitória da mente sobre o coração é uma miséria. É uma vitória sobre sua natureza, sobre seu ser — sobre você — pelos outros. E eles cultivaram sua mente para servir ao propósito deles.

Portanto, a mente é vazia, seu cérebro; você pode colocar qualquer coisa nela. E com vinte e cinco anos de educação você pode torná-la tão forte que você pode esquecer seu coração; você irá permanecer sempre miserável. 

A miséria é que seu coração só pode lhe dar alegria, só pode lhe dar felicidade, só pode lhe fazer dançar. A mente pode fazer aritmética, mas ela não pode cantar uma canção. Essas não são as habilidades da mente. Assim você está dividido entre sua natureza, que é seu coração, e a sociedade, que é sua cabeça. E certamente você nasce — todos nascem — com esses dois centros. Essa é a dificuldade.

E um centro está vazio. Numa sociedade melhor ele será utilizado de acordo com o coração, para servir ao coração. Então será uma grande vida, cheia de regozijos. Mas até agora temos vivido numa sociedade feia, com idéias podres. Eles usaram a mente. E essa vulnerabilidade existe — a mente pode ser usada. 

Agora os comunistas a estão usando de uma maneira; os fascistas a usaram na Alemanha de outra maneira; todas as outras religiões a estão usando de diferentes maneiras. Mas essa vulnerabilidade está em todos os indivíduos: que você tem uma mente que você trouxe vazia. De fato, isso é uma bênção da existência – mas, mal utilizada, explorada. 

Ela lhe é dada vazia para que você possa fazê-la perfeitamente subserviente ao seu coração, aos seus anseios, ao seu potencial. Não há nada de errado nisso. Mas os interesses investidos por todo o mundo encontraram nisso uma bela oportunidade para eles — para usar a mente contra o coração. Assim você permanece miserável e eles podem lhe explorar por todos os meios que quiserem.

Eis porque todo o mundo é miserável.

Todo mundo quer ser amado, todos querem amar; mas a mente é uma barreira tal que nem lhe permite amar, nem lhe permite ser amado. Em ambos os casos a mente fica no caminho e começa a distorcer tudo. E mesmo se por acaso você encontrar uma pessoa que você sinta amor por ela e a pessoa sinta amor por você, suas mentes não irão concordar. Elas foram treinadas por sistemas diferentes, religiões diferentes, sociedades diferentes. 

Ser feliz é um direito inato de todos, mas infelizmente a sociedade, as pessoas com as quais estamos vivendo, que nos trouxeram para este mundo, não pensaram nada a respeito disso. Elas estão somente reproduzindo seres humanos como animais — até mesmo pior que isso porque pelo menos os animais não são condicionados. 

Esse processo de condicionamento deve ser completamente mudado. A mente deve ser treinada para ser uma serva do coração. A lógica deve servir ao amor. E assim a vida pode se tornar um festival de luzes. 

Osho

O dramático paradoxo exploratório do Homem



O homem vive um dramático paradoxo exploratório. Ele pensa, explo­ra e conhece cada vez mais o mundo que o envolve, mas pouco pensa sobre seu próprio ser, sobre a riquíssima construção de pensamentos que explode num espetáculo indescritível a cada momento da existência. O homem moderno, com as devidas exceções, perdeu o apreço pelo mundo das idéias.

Apesar de ter escrito este livro principalmente para pesquisadores, pro­fissionais e estudantes da Psicologia, da Psiquiatria, da Filosofia, da Educa­ção e das demais áreas cuja ferramenta fundamental seja o trabalho intelec­tual, eu gostaria que ele também atingisse o leitor que não se considera um intelectual nessas áreas. O direito de pensar com liberdade e consciência crítica é um direito fundamental de todo ser humano; e este livro objetiva contribuir para esse direito.

Aprender a apreciar o mundo das idéias, percorrendo as avenidas da arte da dúvida e da crítica, estimula o processo de interiorização, expande a inteligência e contribui para a prevenção da síndrome da exteriorização existencial e das doenças psíquicas.

(...) Um dos maiores erros da educação clássica, que bloqueia a formação de pensadores, foi e tem sido o de transmitir o conhecimento pronto, acabado, sem evidenciar o seu processo de produção, o seu rosto histórico.

No VII Congresso Internacional de Educação * ministrei uma conferên­cia sobre "O funcionamento da mente e a formação de pensadores no terceiro milênio". Na ocasião, comentei que no mundo atual, apesar de termos multiplicado como nunca na história as informações, não multiplicamos a formação dos homens que pensam. Estamos na era da informação e da informatização, mas as funções mais importantes da inteligência não estão sendo desenvolvidas.

Ao que tudo indica, o homem do século XXI será menos criativo do que o homem do século XX. Há um clima no ar que denuncia que os homens do futuro serão mais cultos, mas, ao mesmo tempo, mais frágeis emocionalmente, terão mais informação, contudo serão menos íntimos da sabedoria.

A cultura acadêmica não os libertará do cárcere intelectual. Será um homem com mais capacidade de respostas lógicas, mas com menos capaci­dade de dar respostas para a vida, com menos capacidade de superar seus desafios, de lidar com suas dores e enfrentar as contradições dá existência. Infelizmente, será um homem com menos capacidade de proteger a sua emoção nos focos de tensão e com mais possibilidade de se expor a doen­ças psíquicas e psicossomáticas. Será um homem livre por fora, mas prisio­neiro no território da emoção.

O sistema educacional que se arrasta por séculos, embora possua pro­fessores com elevada dignidade, possui teorias que não compreendem muito nem o funcionamento multifocal da mente humana nem o processo de construção dos pensamentos. Por isso, enfileira os alunos nas salas de aula e os transforma em espectadores passivos do conhecimento e não em agen­tes do processo educacional.

Augusto Cury - Inteligência Multifocal

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Julgamento




Todo ser humano foi condicionado a pensar e agir de determinada forma – condicionado por sua herança genética, pelas experiências da infância e pelo ambiente cultural em que vive. Tudo isso não mostra o que a pessoa é, mas como parece ser. Quando você julga alguém, confunde os modelos condicionados produzidos pela mente, com o que a pessoa é. Nossos julgamentos também têm origem em padrões inconscientes e condicionados. Você dá aos outros uma identidade criada por esses padrões, e essa falsa identidade se transforma numa prisão, tanto para aqueles que você julga como para você mesmo.
Deixar de julgar não significa deixar de ver o que as pessoas fazem. Significa que você reconhece seus comportamentos como uma forma de condicionamento, que você vê e aceita tal como é. Não é a partir desses comportamentos que você constrói uma identidade para as pessoas.
Enquanto o ego dominar a sua vida, a maioria de seus pensamentos, emoções e ações virão do desejo e do medo. Isso fará você querer ou temer alguma coisa que possa vir da outra pessoa. O que você quer dos outros pode ser prazer, vantagem material, reconhecimento, elogio, atenção, ou fortalecimento da identidade, quando se compara achando que sabe, ou que tem, mais do que os outros. Você teme que ocorra o contrário – que o outro seja, tenha ou saiba mais do que você – e que isso possa de alguma forma diminuir a idéia que você faz de si mesmo.
Quando você concentra sua atenção no presente – em vez de usar o presente como um meio para atingir um fim – você ultrapassa o ego e a compulsão inconsciente de usar as pessoas como meios para valorizar-se ao se comparar com elas. Quando dá total atenção à pessoa com quem está interagindo, você elimina o passado e o futuro do relacionamento – exceto nas situações que exigem medidas práticas. Ao ficar totalmente presente com qualquer pessoa, você se desapega da identidade que criou pra ela. Essa identidade é fruto da sua interpretação de quem é a pessoa e do que ela fez no passado. O segredo dos relacionamentos é a atenção, que nada mais é do que calma alerta.
Eckhart Tolle

domingo, 3 de junho de 2012

Há muita coisa envolvida na ilusão



A mente encontra atalhos e as ilusões são atalhos; a ilusão é o que existe de mais fácil e barato para se adquirir. A realidade é dura, árdua: a pessoa tem de sofrer e passar através do fogo. Quanto mais você passa pelo fogo, mais amadurecido você fica; quanto mais amadurecido, mais valioso. Sua divindade não pode ser comprada num mercado; e barato: você não pode pechinchar por ela, você tem de pagar com toda a sua vida. Quando toda sua vida está na fogueira, somente então, ela acontece... Se há conflito interno, então, você está integrado. Se há conflito interno, então, além das partes conflitantes, surge um novo centro do testemunhar. Se há conflito interno, então, as energias são envolvidas, todo o seu ser torna-se agitado: o caos é criado e desse caos nasce um novo ser

Todo novo nascimento necessita do caos: todo este universo nasceu do caos. 

Osho

terça-feira, 29 de maio de 2012

O tio tá preso e ele é um "laranja" dos dois





Até Quando Brasil-colônia?

Oriente

"Eu quero falar dos que mamam,
Dos marmanjos, safados, sem vergonhas, cafajestes
Que infestam a política nacional
É na mão dessa gente que fica a conta do governo do Estado
(O Governo corre para tentar impedir a instalação das CPI's)
(Botando dinheiro na cueca?)
Canalhas consagrados. Canalhas, corruptos, vagabundos!"
500 mil políticos, empresários, banqueiros
Não podem controlar 200 milhões de brasileiros
A cooperação é a mística, que muda a política
Além da estatística, revolução pacífica
Ninguém reconhece um Gandhi na Cinelândia
Mas todos reconhecem um menor na Cracolândia
Enquanto uma pequena taxa da população que ganha
Encima leva os filhos pra viajar na Disneylândia
Os índios dizimados pelo poder do Estado
Hoje usando Nike e por doenças afetados
Falam do holocausto que aconteceu na Europa
Mas não se estuda a África nem o país da copa
Nacionalista, não quer dizer ser Socialista
A minha posição é somente de Humanista
Tiram onda de refinados, mas a miséria é grosseira
Não se espante quando ouvir uma testemunha verdadeira
Capitania hereditária, vendendo a Amazônia
Que vergonha pátria amada, até quando Brasil colônia?
Em seus filhos tão sofridos horas a fio de insônia
Que vergonha pátria amada, até quando Brasil colônia?
Maior taxa tributária, queima queima Babilônia
Que vergonha pátria amada, até quando Brasil colônia?
Deputados passam férias em Fernando de Noronha
"Sai um canalha e entra outro!"
Nem sempre pude tá no colo da minha mãe
Porque Collor podia tá tomando a taça de champagne
Não tenho tanta instrução, mas tenho os meus argumentos
Retrato de um brasileiro educado pelo entretenimento
Quase 100 mil vão pro estadio, compram o ingresso
Mas nem metade fazem um protesto na frente do congresso
Desordem em progresso, com a ordem o regresso
País da ilusão, do carnaval e do sucesso
Fico possesso e não cesso expresso poder poético
Válvula de expressão revolução de modo ético
Os piores criminosos tu nunca vai saber ao certo
Dá arrepio imaginar que quase nada é descoberto
Ligo a televisão e quase nenhum canal salva
Aprisionam sua mente e ainda vendem sua alma
Pra entrar na política e tentar conseguir ajuda
Jesus Cristo teria que vir disfarçado de Judas
Capitania hereditária, vendendo a Amazônia
Que vergonha pátria amada, até quando Brasil colônia?
Em seus filhos tão sofridos horas a fio de insônia
Que vergonha pátria amada, até quando Brasil colônia?
Maior taxa tributária, queima queima Babilônia
Que vergonha pátria amada, até quando Brasil colônia?
Deputados passam férias em Fernando de Noronha
"A corrupção nesse país está no DNA
Vi ontem dessa tribuna um deputado falar imoral
Os bons costumes, quando o pai dele tá preso
O tio tá preso e ele é um "laranja" dos dois
Roubando o quê? Vacina e remédio de criança
O pai é ladrão, denunciado na CPI e enquadrado por corrupção
O filho tá no mesmo inquérito
Agora não tô falando do pai que já saiu
Tô falando do filho que quer entrar no rabo do pai
Já tá pedindo voto aqui
Quanto mais ladrão mais querido, mais simpático
Trouxemos a mulher dele pra depor
Ele é muito pior do que o pai
Por que eu tenho até mapa da sua atuação
Posso garantir ao senhor"
Ladrão no Brasil se faz, como fez P. C. Farias
Desrespeito com o povo, buzão cheio todo dia
Serviço obrigatório por uma empresa privada
Taxa alta e o serviço na descarga da privada
O político tem que usar o mesmo hospital
Que o menor que tá jogando as bolinhas no sinal
Na matemática do Brasil é diferente ser igual
Na fração dos dividendos subtraem sua moral
Pátria amada brasil, eu te amo tanto
Mas odeio ver seus filhos sem escola pelos cantos
Mas odeio ver o estado dos hospitais do estado
Se a família não acompanha o paciente é abandonado
Quanto menos uma vida, um sorriso do banqueiro
Que ganha uma fortuna com a desgraça do brasileiro
Financiam as campanhas, rabo preso por dinheiro
Zeitgeist 1, 2, 3, já vi esse filme inteiro
Capitania hereditária, vendendo a Amazônia
Que vergonha pátria amada, até quando Brasil colônia?
Em seus filhos tão sofridos horas a fio de insônia
Que vergonha pátria amada, até quando Brasil colônia?
Maior taxa tributária, queima queima Babilônia
Que vergonha pátria amada, até quando Brasil colônia?
"Ninguém se dispôs a levantar a podridão do seu comportamento"
Petrobrás em leis de incentivo banca o cinema
Mas em um vazamento destrói todo um ecossistema
Uma empresa decidir o rumo de uma cultura
É o mesmo que o Sol girar em torno da Lua
Existem coisas na vida que não tem volta
Tanto nosso dinheiro, quanto a nossa revolta
Tanto um mico leão, quanto um urso panda
Só que essa informação não vai pra propaganda
Evento pago em patrocínio através da Rouanet
Mas 40 conto a entrada irmão? Não dá pra entender...
Depois reclamam que o povo não tem acesso a cultura
Não queremos só comida, queremos acesso sem censura
Poder de opção e investimento maciço
Não nas Ilhas Cayman e nem no seu banco suíço
Cidadão brasileiro, não se canse
Tenha fé que a liberdade sempre estará ao alcance
Capitania hereditária, vendendo a Amazônia
Que vergonha pátria amada, até quando Brasil colônia?
Em seus filhos tão sofridos horas a fio de insônia
Que vergonha pátria amada, até quando Brasil colônia?
Maior taxa tributária, queima queima Babilônia
Que vergonha pátria amada, até quando Brasil colônia?
Deputados passam férias em Fernando de Noronha
"Eu estou indignada senhor presidente
Corrupção, formação de quadrilha, artigo 288
Corrupção passiva, artigo 317
Advocacia administrativa artigo 321 do Código Penal
E ele vem com cinismo aqui e se lança
Se lança do vão da Ponte Rio-Niterói"
Em Brasilia, formação de quadrilha
Nas Câmaras Municipais, formação de quadrilha
Nas milícias, formação de quadrilha
Nos governos estaduais, formação de quadrilha
Em Brasília! Formação de quadrilha...
Em Brasília! Formação de quadrilha...
Em Brasília! Formação de quadrilha...
Quase todos são: vagabundos!
"Eu vou dar os nomes dos deputados associados à essa camarilha
E acho que vão sobrar poucos... Obrigada"

segunda-feira, 7 de maio de 2012

A dificuldade de se comunicar


Com o conteúdo de séculos somos condicionados, sem a mínima permissão, inicialmente pela família e, posteriormente, através da Escola, Sociedade, Religião, e assim por diante. A partir daí, fomos condenados a viver de acordo com a vontade e necessidade de todos, em detrimento de nossas necessidades.



Em resultado, fomos tomados por uma grande dependência de aprovação das pessoas; cresci com a idéia de que, para ser querida por todos, tinha que ser a boa menina, agradar todo mundo, comportamento este que causava uma grande contradição interna, uma vez que dentro de mim, por ser muito rebelde e insatisfeita, não conseguia aceitar essas coisas..



Desde criança, nunca fui uma pessoa normal, sempre me senti insatisfeita, o que me levou muito cedo à uma busca, à uma necessidade espiritual, fora de série, por respostas à muitas perguntas.



Nessa incessante busca espiritual, descobri que os pensamentos são condicionamentos recebidos de geração em geração; eles não são meus, são velhos como o tempo e, uma vez identificado com eles, o conflito está instalado.



Tenho percebido que o processo do pensamento, chega por meio de uma sugestão; se não há identificação com a mesma, imediatamente o pensamento produz várias outras sugestões, de várias maneiras. Constato que, pelo fato de ainda não ter uma “inteligência” para me comunicar com as pessoas, as quais também não possuem a mesma “inteligência” para receber o que comunico, muito do que falo, é interpretado de forma equivocada, sempre de acordo com o fundo psicológico do interlocutor. Percebo que, o resultado do pensamento, quando destituído dessa "inteligência", é o isolamento total.



Durante muitos anos, por não saber desse processo do pensamento, muito me culpei, transferindo essa culpa para as pessoas. Hoje, há uma observação e meditação que me dá condições de não me identificar cem por cento como antes, o que não é fácil pois, se vacilo, o pesamento entra, a mente se fecha, resultando em caos total.




Então, preciso de muita atenção na forma em que me comunico, porque nem sempre eu ou as pessoas, estão com a mente aberta para escutar aquilo que quero dizer, mesmo porque, nem sempre consigo expressar aquilo que realmente quero.



Assim, como vejo que a dificuldade quase sempre se encontra numa má comunicação, continuo buscando por essa “Expressão” maior, a qual pode me dar condições de estar em Paz comigo e com meus semelhantes, acima do bem e do mal.



Andréa Zafra

sábado, 5 de maio de 2012

Naufraga — e Vive!



Lembro-me ainda do horror que eu tinha do naufrágio do eu...



Desse pequeno pseudo-eu periférico, físico-mental, que eu considerava como meu verdadeiro Eu, porque ignorava ainda o outro EU, central, divino, eterno, o reino de Deus dentro de mim...



Que seria de mim se esse pequeno eu naufragasse?



Que valor teria ainda a minha vida?



Uma vida sem vida, sem encantos — vida descolorida, vida murcha, vida morta...



Por isto, cerquei de uma vasta floresta de "meus" o meu querido "eu", para que o protegessem e defendessem eficazmente de qualquer perigo de ataque e destruição.



Fortifiquei o baluarte central do eu com mil fortins e trincheiras de "meus", de diversos tamanhos e feitios, bens e propriedades materiais de toda espécie...



E, para maior segurança, mandei registrar no cartório os documentos que me declaravam dono e possuidor único desses bens periféricos que cercavam o bem central; e sobre estampilhas esguias e viscolores tracei a data e o meu nome por extenso, com firma reconhecida pela autoridade pública...



Depois disto, voltei para casa, perfeitamente tranquilo, ciente de que já não havia poder algum sobre a terra que me pudesse espoliar desses preciosos "meus", defensores do meu queridíssimo eu...



Senti-me seguro e tranquilo como os rochedos do Himalaia...



Coloquei a mão pesadamente sobre esse símbolo dos bens materiais em derredor e proclamei ao mundo, com voz grave e retumbante: Saibam todos que isto aqui é meu, só meu, e de mais ninguém!...



E fui repousar, tranquilo e sereno, no interior do baluarte do eu rigidamente fortificado com esse numerosos fortins de "meus" de diversos tamanhos e feitios...



Isto foi ontem, anteontem, anos atrás...



E eu não tinha a menor idéia da comédia ridícula que desempenhava com essas "previdências" humanas, porque os meus companheiros de comédia faziam o mesmo, e a insensatez de muitos ou de todos sempre parece transformar em "sensatez" as nossas maiores "insensatezas"...



Um dia, porém, acordei do longo letargo — e me surpreendi prisioneiro...



Prisioneiro dentro de minha própria fortaleza...



Verifiquei que não era nenhum possuidor, ma sim um possuído...



Possuído e possesso de muitos bens...



E esses bens eram meu grande mal...



Vi que esses "meus" em derredor escravizavam o eu, que os carcereiros de fora davam ordens ao encarcerado de dentro...



A chave da prisão estava do lado de fora, nas mãos deles...



Horrorizado, bradei por socorro...



Mas não havia redentor que me redimisse da irredenção do eu...



Também, como poderia o eu redimir-me, redimir-se, se ele mesmo era o escravo?...



escravo não redime escravo — não há ego-redenção...



Não pode o preso descerrar de dentro a prisão em que vive e agoniza — só poderia abrir a porta do cárcere alguém que viesse de fora, alguém que fosse livre...



Só Deus sabe quanto sofri nessa longa noite de agonias anônimas, de torturas íntimas, que nem sequer atingiram os ouvidos dos meus melhores amigos e confidentes...



Há coisas que não podemos dizer a ninguém, porque ninguém as compreenderiam — e muitíssimos até descompreenderiam essas coisas íntimas...



Assim, tive eu de carregar a minha cruz sem nenhum Cirineu, rumo ao topo do Gólgota...



Quem me libertaria desses "meus", tiranos, a escravizar o eu?



Depois de muito sofrer e muito lutar e muito clamar e muito chorar e muito orar — entreouvi uma voz longínqua, como que vinda dos últimos confins do Além...



E essa voz longínqua segredava-me, com silenciosos trovões e trovejante silêncio: Naufraga — e vive!



Estupefato, escutei essa voz do longínquo Além, e percebi que vinha do propínquo Aquém — do Além de dentro de mim mesmo, das ignotas profundezas de minha alma divina, da luz invisível do meu Cristo interno...



Fitei os olhos nessa luminosa escuridão do Além de dentro...



E as trevas foram-se adelgaçando aos poucos, enquanto eu orava: Deus do universo de dentro e de fora! Faze-me conhecer-Te, faze-me conhecer-me!



Foi amanhecendo promissora alvorada...



Extasiado, vi-me face a face com o Cristo eterno...



O Cristo do universo do Aquém — o Cristo do universo do Além...



O eterno Logos que, no princípio estava com Deus, que era Deus, que é a Vida, que é a Luz que ilumina a todo homem que vem a este mundo...



Vi — não como se vê com os olhos...



Compreendi — não como se compreende com o intelecto...



Vi, compreendi, como se vê e compreende com a alma, com o Emmanuel, com o Cristo interno, que é o Cristo eterno que sempre de novo se faz carne e habita em nós...



E, nesse momento eterno, cheguei a saber mais da realidade do que havia procurado saber em meio século de esforços individuais...



Tateando como um cego, fui voltando aos poucos às baixadas terrestres, sujeitas a tempo e espaço...



Sabia que, embora cidadão do Infinito, tinha de viver ainda, como imigrante temporário, neste plano finito — porque tinha uma grande missão a cumprir...



Era embaixador do Cristo, arauto do reino de Deus entre meus semelhantes...



Olhei em derredor — e vi que todos os fortins dos "meus" de antanho haviam desabado em ruínas — não ficara pedra sobre pedra...



A derrocada do baluarte do pseudo-eu acarretara a rendição incondicional de todas as fortificações circunvizinhas, daquilo que eu chamava o "meu".



Compreendi a lógica do fato — também, por que ainda manter trincheiras externas se a fortaleza interna já não existia?



Naufragara o falso eu — e lá se foram os falsos "meus"...



O estreito arroio do "eu" desaguara no vasto oceano do "NÓS" — e todas as barulhentas ondas dos efêmeros "meus" afogaram-se no seio silencioso do eterno "NOSSO"...



A expansão daquilo que eu SOU produz necessariamente a universalização daquilo que eu TENHO...



Nada mais tenho como meu desde que deixei de ser este pequeno eu...



A diluição do pequeno eu humano no grande TU divino gera a espontânea distribuição do meu individual ao nosso universal...



Depois desse naufrágio mortífero, que me faz entrar na plenitude da vida, sinto-me tão indizivelmente livre e feliz que tenho irresistível vontade de abraçar o mundo inteiro, e de dar a cada ser um pouco da minha felicidade — pouco ou muito, quanto ele puder abranger, porque sei que esse tesouro divino é inexaurível...



Olhei em derredor, na exultante consciência da gloriosa liberdade dos filhos de Deus — e verifiquei com surpresa que todos os "meus", esses "ex-meus", que eu abandonara com o naufrágio do pseudo-eu, esse "ex-eu", corriam atrás de mim e queriam ser meus...



Não! — bradei — não vos quero mais, tiranos e carcereiros de outrora! Retirai-vos de mim!



Eles, porém, esses "meus" de ontem, não se retiravam, mas replicaram calmamente: Já não somos tiranos e carcereiros teus! Somos teus amigos e aliados! Quem se libertou do falso eu pode sem perigo possuir o que cerca esse eu! Já não queremos possuir-te, glorioso filho de Deus, queremos ser possuídos por ti! Leva-nos contigo a Deus, teu Deus e nosso Deus, tu, que és nosso irmão mais velho e vais em linha reta a Deus, leva pela mão a nós, teus irmãos menores!...



Assim diziam e suplicavam os grandes e pequenos "meus" de ontem, toda essa numerosa família de bens terrenos que eu abandonara...



E eu os acolhi como servos e amigos, e eles me serviram e servem, dócil e jubilosamente como bons aliados na jornada comum rumo a Deus...



E, certo dia, defrontamos com um homem estranho, que disse: "Procurai primeiro o reino de Deus e sua justiça — e todas as outras coisas vos serão dadas de acréscimo"...



E segui avante, após o grande naufrágio voluntário — na plenitude da vida...



Huberto Rohden

terça-feira, 24 de abril de 2012

Está é a VIDA a que Pertencemos




Esta é a vida Dream Theater


No coração de sua mais solene e estéril noite
Quando sua alma virou do avesso
Você já questionou toda a loucura que você Almejou?
Sobre o que se baseia toda sua vida?

Alguns de nós escolhem viver graciosamente
Alguns podem ficar presos no labirinto
E perder o caminho de casa
Esta é a vida a que pertencemos

Nosso Presente, Dom divino
Você já quis ser outra pessoa?
Lugares trocados na sua mente?
É apenas um desperdício de tempo

Alguns de nós escolhem viver graciosamente
Alguns podem ficar presos no labirinto
E perder o caminho de casa
Esta é a vida a que pertencemos
Nosso presente divino

Alimente a ilusão de dentro dos seus sonhos
Expulse os monstros de seu interior

A vida começa com uma tela vazia
Frágil, deixada nas mãos do destino
Impulsionada pelo amor e esmagada pelo ódio
Até o dia
Que o Presente, o Dom se vai
E só restarem sombras

Alguns de nós escolhem viver graciosamente
Alguns podem ficar presos no labirinto
E perder o caminho de casa
Memórias irão desaparecer

O tempo corre
O que eles dirão
Depois que você se for ?

Esta é a vida a que pertencemos
O Nosso dom divino
O Nosso dom divino

Sobre a revolução radical




Clique na imagem para ler melhor a tira



No café da manhã, o homem parece estar mais preocupado em discutir uma revolução radical no ritmo do time de seu coração, do que na revolução saneadora da disritmia de seu coração sem coração.



Nelson Jonas - nj.ro@hotmail.com

sábado, 21 de abril de 2012

Virus - A violação da mente é uma desordem social


Vírus
Iron Maiden
Existe um vírus maléfico que está ameaçando a humanidade
Não é um estado da arte, mas um grave estado da mente
Os traiçoeiros, os que apunhalam por trás, a elite de duas faces
Um perigo para a sociedade, uma doença social


A violação da mente é uma desordem social
Os cínicos, a apática ordem dos "homens superiores"


Estamos assistindo o início da decadência social
Regozijando ou ironizando o desleixo de vidas alheias
Falando mal da sua própria alto estima
Atentos a cada palavra que você deverá falar


A violação da mente é uma desordem social
Os cínicos, a apática ordem dos "homens superiores"


Sorrisos superficiais, um aperto de mão
Mas logo que você vira de costas, a traição é planejada


A violação da mente é uma desordem social
Os cínicos, a apática ordem dos "homens superiores"


Estamos assistindo o início da decadência social
Regozijando ou ironizando o desleixo de vidas alheias


Quando todas as coisas boas são destinadas à perdição
Através de tanto ciúme e ódio
Através da falta de juízo e mentiras


E quando você pensa que está a salvo
Quando você dá as costas
Você sabe que eles estão afiando os cortadores de papel


Tudo está em sua mente
Tudo está na sua cabeça
Tente relatar isso


Tudo está em sua mente
Tudo está na sua cabeça
Tente escapar disso


Sem consciência eles destroem
E é uma coisa que eles sentem prazer
Eles são uma doença que está dentro de nossas mentes


Eles querem afundar o navio e partir
O jeito como eles sorriem para você e para mim
Você sabe que isso acontece o tempo todo


Tudo está em sua mente
Tudo está na sua cabeça
Tente relatar isso


Tudo está em sua mente
Tudo está na sua cabeça
Tente escapar disso


Os ratos no porão, vocês sabem quem são vocês...
Sabem realmente?


Estamos assistindo o início da decadência social

quinta-feira, 19 de abril de 2012

domingo, 15 de abril de 2012

Apenas outro Tijolo na Parede




Quando crescemos e fomos à escola
Havia certos professores que
Machucariam as crianças da forma que eles pudessem
Despejando escárnio

Sobre tudo o que fazíamos
E expondo todas as nossas fraquezas
Mesmo que escondidas pelas crianças
Mas na cidade era bem sabido

Que quando eles chegavam em casa
Suas esposas, gordas psicopatas, infernizavam a vida deles
Não precisamos de nenhuma educação
Não precisamos de controle mental

Chega de humor negro na sala de aula
Professores, deixem as crianças em paz
Ei! Professores! Deixem essas crianças em paz!
Tudo era apenas um tijolo no muro

Todos são somente tijolos na parede
Não precisamos de nenhuma educação
Não precisamos de controle mental
Chega de humor negro na sala de aula

Professores, deixem as crianças em paz
Ei! Professores! Deixem essas crianças em paz!
Tudo era apenas um tijolo no muro
Todos são somente tijolos na parede

"Errado, faça de novo!"
"Se você não comer sua carne, você não ganha pudim."
" Como você pode ganhar pudim se não comer sua carne?"
"Você! Sim, você atrás das bicicletas, parada aí, garota!"

Eu não preciso de braços ao meu redor
E eu não preciso de drogas para me acalmar
Eu vi os escritos no muro
Não pense que preciso de algo, absolutamenteNão!

Não pense que eu preciso de alguma coisa
Afinal tudo era apenas um tijolo no muro
Todos são somente tijolos na parede

sábado, 14 de abril de 2012

Respeitabilidade




A respeitabilidade é uma maldição; é um “mal” que corrói a mente e o coração. Infiltra-se sorrateiramente na pessoa e destrói o amor. Ser respeitável é se sentir bem-sucedido, criar para si mesmo uma posição no mundo, construir em torno de si um muro de segurança, da autoconfiança que vem junto com o dinheiro, o poder, o sucesso, a capacidade ou a virtude. Esse exclusivismo da autoconfiança resulta em ódio e antagonismo nos relacionamentos humanos, que são a sociedade. Os respeitáveis são sempre a nata da sociedade, e, portanto, eles são sempre a causa de discórdias e miséria. Os respeitáveis, como os desprezados, estão sempre à mercê das circunstâncias; as influências do ambiente e o peso da tradição são extremamente importantes para eles, pois isso esconde sua pobreza interior. Os respeitáveis estão na defensiva, assustados e desconfiados. O medo está em seus corações, portanto a raiva é sua justiça. Suas virtudes e devoções são sua defesa. Eles são como o tambor, vazio por dentro mas barulhento quando golpeado. Os respeitáveis jamais podem estar abertos à realidade, pois, como os desprezados, eles estão presos na preocupação com seu próprio aprimoramento. A felicidade é negada a eles, que evitam a verdade.



Não ser ganancioso e não ser generoso estão intimamente ligados. Ambos são um processo de autolimitação, uma forma negativa de autocentrismo. Para ser ganancioso, você precisa ser ativo, extrovertido; você deve lutar, competir, ser agressivo. Se você não tem essa iniciativa, não está livre da ganância, mas apenas fechado em si mesmo. A extroversão é um transtorno, uma luta dolorosa, portanto o autocentrismo é encoberto pela expressão não-ganancioso. Ser generoso com a mão é uma coisa, mas ser generoso com o coração é outra. A generosidade da mão é uma questão razoavelmente simples, dependendo do padrão cultural e assim por diante; mas a generosidade do coração é de importância muito mais profunda, exigindo percepção e entendimento prolongados.



Não ser generoso é também uma agradável e cega preocupação consigo mesmo, na qual não existe atividade exteriorizada. Esse estado de autopreocupação tem suas próprias atividades, como as de um sonhador, mas elas jamais lhe despertam. O processo de acordar é doloroso, e, portanto, jovem ou velho, você prefere ser deixado em paz para tornar-se respeitável, para morrer.



Assim como a generosidade do coração, a generosidade da mão é um movimento externo - geralmente doloroso, enganador e auto-revelador. A generosidade da mão é fácil de aparecer; mas a generosidade do coração não é uma coisa a ser cultivada, é a libertação de toda a acumulação. Para perdoar, precisa ter havido uma ofensa; e para ser ofendido, precisa ter havido os acúmulos do orgulho. Não existirá generosidade de coração enquanto houver uma memória referencial, do “eu” e o “meu”.



Krishnamurti

Tenha um coração




Público: Tenho experienciado dor no meu peito em graus variados por alguns anos. Ela desaparece quando amo, quando me dissolvo...



Osho: Isso não é físico; certamente tem a ver com relaxamento, dissolução total, esquecer completamente de si mesmo. Nesses momentos isso desaparece, então certamente não é físico. Você precisa aprender a dar mais amor. Esse não é um problema somente seu; é o problema de todos em graus variados.



Todo mundo quer ser amado; esse é um começo errado.



Começa porque a criança, a criança pequena, não pode amar, não dizer coisa alguma, não pode fazer nada; pode apenas obter. A experiência de amor de uma pequena criança é de obter: da mãe, do pai, dos irmãos, irmãs, dos hóspedes, dos estranhos – mas sempre obtendo. Assim a primeira experiência que se estabelece profundamente em seu inconsciente é de que ela precisa conseguir amor.



Mas o problema surge porque todo mundo já foi uma criança e todos possuem o mesmo anseio para conseguir amor; ninguém nasce de nenhuma outra maneira. Então todos pedem, “dêem-nos amor”, e não há ninguém para dar porque a outra pessoa também foi criada do mesmo jeito.



Precisamos estar alerta e cônscio que apenas um incidente do nascimento não deve permanecer um estado predominante de sua mente.



Ao invés de pedir, “Dêem-nos amor”, comece a dar amor. Esqueça sobre obter, simplesmente dê – e lhe garanto, você irá conseguir muito.



Não é para você pensar em conseguir. Você não deve nem mesmo indiretamente, pelo lado, observar se você o está obtendo ou não. Isso será suficiente para causar uma perturbação. Você simplesmente dá, porque dar amor é tão bonito que obter amor não é tão grande assim. Esse é um dos segredos.



Dar amor é a experiência realmente bonita, porque assim você é um imperador. Obter amor é uma experiência muito pequena e é a experiência de um mendigo. Não seja um mendigo. Pelo menos no que se refere ao amor, seja um imperador, porque essa é uma qualidade inexaurível em você. Você pode continuar dando tanto quanto você queira. Não se preocupe que isso irá se esgotar, que um dia você subitamente descobrirá, “Meu Deus! Não tenho mais amor para dar”.



Amor não é uma quantidade; é uma qualidade, e uma qualidade de uma certa categoria que cresce pelo dar e morre se você o retém. Se você for miserável com isso, ele morre. Então realmente seja um perdulário. Não importa para quem – essa é realmente a idéia de uma mente miserável: Darei amor a certas pessoas com certas qualidades. Você não compreende que você tem tanto... você é uma nuvem carregada de chuva.



A nuvem carregada não se importa aonde ela irá chover – sobre as rochas, nos jardins, no oceano – isso não importa. Ela quer descarregar a si própria. E essa descarga é um tremendo alívio.



Então o primeiro segredo é: Não peça por isso e não espere, achando que você irá dá se alguém lhe pedir. Dê logo!



Basta dar o seu amor para qualquer um – um estranho. Não é uma questão de que você tem que dá algo muito valioso, apenas uma mão amiga e isso será suficiente. Em vinte e quatro horas, o que quer que você faça deve ser feito com amor e a dor em seu coração irá desaparecer. E porque você será tão amoroso, as pessoas lhe amarão. Isso é uma lei natural. Você consegue o que você dá. Na verdade você consegue mais do que você dá.



Aprenda a dar e você encontrará tantas pessoas que nunca olharam para você sendo amáveis para com você, pessoas que nunca antes lhe deram atenção. Seu problema é que você possui um coração cheio de amor, mas você tem sido avarento, o amor tornou-se um fardo em sue coração. Ao invés de fazer o coração florescer você o mantém guardado, assim uma vez ou outra, quando você está num momento de amor você o sente desaparecendo. Mas porque um momento? Porque não todo momento?



Não é nem mesmo uma questão de um ser vivente. Você pode tocar nessa cadeira com uma mão amorosa. A coisa depende de você, não do objeto.



Então você irá encontrar um grande relaxamento e um grande desaparecimento de seu eu – o qual é um fardo – e uma dissolução no todo.



Isso certamente é uma doença, no sentido literal da palavra: é uma doença. Isso não é uma doença, então nenhum médico pode ajudá-lo. Isso é simplesmente um estado tenso de seu coração que apenas quer dar mais e mais. Talvez você tenha mais amor do que outras pessoas, talvez você seja mais afortunado, e você está fazendo de sua fortuna uma grande miséria para você mesmo. Compartilhe- a, sem se importar para quem você está dando.



Apenas dê, e você encontrará uma tremenda paz e silêncio. Isso se tornará sua meditação.



A pessoa pode vir para a meditação através de muitas direções; talvez essa seja sua direção.



Osho, Extraído de: Beyond Psychology

O direito de virar à esquerda



Marcha soldado,
cabeça de papel,

se não marchar direito

vai preso pro quartel...



É isso mesmo boa parte do conteúdo de nossa sociedade: uma enorme massa de soldados do sistema, cujas mentes são como amareladas folhas de papel, repletas de rabiscos com normas, regras, crenças, condicionamentos, imposições, deveres e nenhuma inteligência criativa capaz de formular questionamentos essenciais que apontem para o que nos é de direito. Uma imensa massa que, desde a infância, pela excessiva exposição ao medo, foi sistematicamente coagida à submissão, ao ajustamento e, por causa da ação do medo, essa massa permanece presa dentro das enormes paredes do quartel general do não-ser. O medo roubou a capacidade da questionadora rebeldia inteligente, em resultado, a contra gosto, a grande massa se viu forçada ao debilitante ajustamento servil. O pior de tudo, é que todos os dias, logo pela manhã, essa massa continua marchando de cabeça baixa, trazendo nos ouvidos seus aparelhos sonoros numa tentativa de abafamento da cutucante fala de sua consciência; essa fala que lança um imperioso convite para uma tempestuosa revolução interna, pra lá de emergencial, no entanto esta, é indevidamente negligenciada pela grande maioria. Essa revolução pessoal interna é um chamado para o despertar da inteligência, um convite para ser no coração e não numa cabeça repleta de amarelados e estagnantes papéis sempre rabiscados por terceiros desconhecidos. É um chamado para uma revolução pessoal que não mede esforços e que não teme nem mesmo o risco de se ver momentaneamente preso num canto escuro de um quartel. Os que aceitam esse chamado, os que não cerram seus ouvidos para os cutucões da consciência, sabem que a sociedade sempre teve a tendência de fazer isso com todo homem e mulher que ousa fazer uso de sua faculdade de percepção do falso e do real e que, através dessa percepção, lançam fora de suas mentes, todos os papéis impostos por terceiros. O grande paradoxo é que, anos mais tarde, muitos dos nomes desses homens e mulheres, condenados em suas épocas ao ostracismo, muito de suas vidas, pensamentos e ações, tornam-se para sempre perpetuados nas raras esclarecedoras folhas de papel.



Talvez, você ainda não tenha despertado para o seu direito de escolha: você pode sim, ousar pelo compartilhar de suas idéias, de suas percepções, ou então, pode continuar com sua triste e enfadonha marcha, de forma "direita", preso dentro do bem disfarçado e intrincado quartel social do não-ser. Sim, você pode fazer frente aos seus medos e em vista disso, exercer o sagrado direito de também poder virar à esquerda e dizer bem alto: Não! Por ai, não vou!



Nelson Jonas

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Uma alma gêmea

E de todas as minhas tristezas
não tenho tirado nada.
Boa? Não sei... creio que não.  
Perdoo facilmente as ofensas,
mas por indiferença e desdém:
nada que me vem dos outros
me toca profundamente.
............

Nunca fui como todos
Nunca tive muitos amigos
Nunca fui favorita
Nunca fui o que meus pais queriam
Nunca tive alguém que amasse
Mas tive somente a mim
A minha absoluta verdade
Meu verdadeiro pensamento
O meu conforto nas horas de sofrimento
não vivo sozinha porque gosto
e sim porque aprendi a ser só.
............

O meu mundo não é como o dos outros,
quero demais, exijo demais;
há em mim uma sede de infinito,
uma angústia constante que eu nem mesma compreendo,
pois estou longe de ser uma pessoa...
............

"...sou antes uma exaltada, com uma alma intensa, violenta, atormentada, uma alma que não se sente bem onde está, que tem saudade. sei lá de quê!"
............

Se penetrássemos o sentido da vida seríamos menos miseráveis.
............

A vida é sempre a mesma para todos: rede de ilusões e desenganos. O quadro é único, a moldura é que é diferente.

..........
Eu ...

Eu sou a que no mundo anda perdida,
Eu sou a que na vida não tem norte,
Sou a irmã do Sonho,e desta sorte
Sou a crucificada ... a dolorida ...

Sombra de névoa tênue e esvaecida,
E que o destino amargo, triste e forte,
Impele brutalmente para a morte!
Alma de luto sempre incompreendida!...

Sou aquela que passa e ninguém vê...
Sou a que chamam triste sem o ser...
Sou a que chora sem saber porquê...

Sou talvez a visão que Alguém sonhou,
Alguém que veio ao mundo pra me ver,
E que nunca na vida me encontrou!
..........


Sem remédio

Aqueles que me têm muito amor
Não sabem o que sinto e o que sou...
Não sabem que passou, um dia, a Dor
À minha porta e, nesse dia, entrou.

E é desde então que eu sinto este pavor,
Este frio que anda em mim, e que gelou
O que de bom me deu Nosso Senhor!
Se eu nem sei por onde ando e onde vou!!

Sinto os passos de Dor, essa cadência
Que é já tortura infinda, que é demência!
Que é já vontade doida de gritar!

E é sempre a mesma mágoa, o mesmo tédio,
A mesma angústia funda, sem remédio,
Andando atrás de mim, sem me largar!

Florbela Espanca

 

A Hidra e o Guru


Segundo a mitologia grega, a Hidra de Lerna era um animal fantástico, o qual tinha um corpo de dragão e nove cabeças de serpente que tinham o poder de se regenerar (algumas versões falam em sete cabeças e outras em números muito maiores). O mais assustador era que seu hálito era mortalmente venenoso. Conta o mito que a Hidra era tão venenosa que matava os homens apenas com o seu hálito; se alguém chegasse perto dela enquanto ela estava dormindo, apenas de cheirar o seu rastro a pessoa já morria em terrível tormento.




Assim como com a Hidra, parece ser a grande maioria dos gurus: para cada seguidor que desperta para a falácia e o veneno por detrás do hálito daquele que se diz guru, dois ou mais seguidores surgem em seu lugar. Aqui, não há Hércules que os vença.



Nelson Jonas

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Uma constante surpresa



Tudo muda, nada permanece igual, nem mesmo em dois momentos consecutivos. Assim, o desejo de manter para sempre as coisas como estão acaba.

E, quando acaba, você se liberta. De repente, você sente uma grande liberdade. Não é mais perturbado por coisa alguma, nada pode perturbá-lo.

As coisas o perturbam porque você esperava algo diferente. E elas não acontecem assim, não acontecem do jeito que você esperava. As coisas acontecem de outra maneira, não realizam seus desejos. Elas seguem uma direção própria, não dão ouvidos a você.

Nunca se sabe o que vai acontecer, e é bonito não saber. Esta é a beleza e o êxtase da vida: o fato de ela ser uma constante surpresa. Se fosse previsível, seria mecânica.

Ela não é previsível - há sempre surpresas reservadas e, quanto mais alerta você estiver, mais surpresas haverá.

Por isso as pessoas evitam ficar alertas - tornam-se insensíveis a fim de se proteger contra essa mudança.

Um homem de percepção se torna suficientemente corajoso para aceitar o fenômeno da mudança. Nessa aceitação há bem-aventurança, e tudo é bom, você nunca fica frustrado.

Osho, em "Meditações Para o Dia"

segunda-feira, 2 de abril de 2012

O homem é uma ponte



Nietzsche disse, em algum momento, que o homem é uma ponte, um elo ligando duas costas diferentes. Ele é uma tensão. Ou ele se torna um animal e encontra o prazer, ou pode se tomar divino e ter alegria.

Mas, enquanto continuar sendo um ser humano, não poderá ter nem prazer nem alegria - pode simplesmente se dividir entre os dois; permanecerá repleto de ansiedade e tensão.

É por isso que fazemos as duas coisas na vida. Bebemos e nos transformamos em animais. Isso nos dá um pouco de prazer. O sexo dá um pouco de prazer - voltamos para o estado animal. Encontramos prazer na irracionalidade.

A principal razão pelas quais as pessoas gostam tanto de álcool é porque ele as ajuda a se tornarem animais novamente. Nós nos colocamos no mesmo patamar dos animais quando nos embriagamos. Nesse patamar nos transformamos em animais livres, porque os animais não têm preocupações.

Nenhum animal fica maluco, exceto aqueles que trabalham em circos, porque os animais de circo chegam muito próximos ao estado do homem. E o homem está muito próximo ao estado de um animal de circo.

Nenhum animal é maluco; nenhum animal enfrenta problemas como psicose, preocupação, ou uma doença como a insônia. Nenhum animal se suicida - porque para se cometer suicídio é preciso que muita ansiedade se acumule.

É interessante o fato de nenhum animal sentir tédio. Um búfalo mastiga a mesma grama o dia todo e não se sente entediado. Não há como ele ficar entediado, pois um estado de racionalidade se faz preciso para que haja o tédio. É por isso que, entre os seres humanos, quanto mais racional uma pessoa é, mais entediada ela se sente.

Quanto mais racional uma pessoa é, mais preocupada ela se toma. As pessoas mais racionais facilmente podem se tornar loucas ou malucas. Mas esse é apenas um lado.

O outro lado é que a pessoa que consegue transcender o estado de insanidade potencial pode se tornar livre, e aquela que consegue transcender o estado de ansiedade consegue se ligar a um estado alegre e consciente - estado livre.

E a pessoa que consegue ir além da tensão consegue obter uma experiência de relaxamento que acontece apenas ao relaxar na divindade, no todo.


sábado, 31 de março de 2012

Abençoada Crise Iniciática




(...) Há mais de dezessete anos, vivi silenciosamente, por cerca de dois meses, um intenso inverno emocional, a dor indescritível da depressão. A tentativa desesperadora de superar esse intenso inverno emocional me estimulou a me interiorizar.



O humor deprimido, a ansiedade, a perda de energia biopsíquica, a insônia, a perda do sentido existencial, os pensamentos de conteúdo nega­tivo, os pensamentos antecipatórios, associados a outros sintomas torna­ram-se o cenário da minha depressão. Não vou entrar em detalhes sobre este período existencial nem sobre as causas da minha depressão, pois não é esse o objetivo deste livro. Porém, quero dizer que minha crise depressiva se tornou uma das mais belas e importantes ferramentas para me interiorizar e me estimular a procurar as origens dos meus pensamentos de conteúdo negativo e as origens da transformação da minha energia emocional depressiva.



Em síntese, a dor da depressão, que considero o último estágio da dor humana, me conduziu a ser um pensador da Psicologia e da Filosofia. Ela me levou não apenas a repensar minha trajetória existencial e expandir a minha maneira de ver a vida e reagir ao mundo, mas também me estimu­lou a iniciar uma pesquisa sobre o funcionamento da mente, a natureza dos pensamentos e os processos de construção da inteligência. O processo de interiorização foi uma tentativa desesperadora de tentar me explicar e de superar minha miséria emocional.



Para muitos, a dor é um fator de destruição; para outros, ela destila sabedoria, é um fator de crescimento. Ninguém que deseja conquistar ma­turidade em sua inteligência, adquirir sabedoria intelectual e tornar-se um pensador e um poeta da existência pode se furtar de usar suas dores, per­das e frustrações que, às vezes, são imprevisíveis e inevitáveis, como alicer­ces de crescimento humano.



Procurei, apesar de todas as minhas limitações, investigar, analisar e criticar empiricamente os fundamentos dos postulados biológicos da de­pressão, a psicodinâmica da construção dos pensamentos de conteúdo ne­gativo, os processos da transformação da energia emocional depressiva etc. Esse caminho, no começo, foi um salto no escuro da minha mente, um mergulho no caos intelectual, que desmoronou os conceitos e paradigmas de vida. Esse mergulho interior me ajudou a reorganizar o caos emocional, a dor da minha alma. Contudo, no início, me envolvi mais num caldeirão de dúvidas do que de soluções. Porém, foi um bom começo.



O caos emocional da depressão, se bem trabalhado, não é um fim em si mesmo, mas um precioso estágio em que se expandem os horizontes da vida. Eu nunca havia percebido que, embora produzisse muitas idéias, co­nhecia muito pouco o mundo das idéias, a construção dos pensamentos e o processo de transformação da energia emocional.



Muitos psiquiatras não têm idéia da dramaticidade da dor da depressão e das dificuldades de gerenciamento dos pensamentos negativos que a pro­movem. Entretanto, o eu pode administrá-los e, conseqüentemente, resolvê-la. Costumo dizer que se o eu der as costas para a depressão e para os mecanismos subjacentes que a envolvem, ela se torna um monstro insupe­rável, mas se a enfrentarmos com crítica e inteligência, ela se torna uma doença fácil de ser superada. No capítulo sobre o gerenciamento do eu este assunto ficará claro.



Meu inverno emocional gerou uma bela primavera de vida, pois esti­mulou-me a sair da superfície intelectual, da condição de ser um passante existencial, de alguém que passa pela vida e não cria raízes dentro de si mesmo, para alguém que conseguiu se encantar com o espetáculo da cons­trução de pensamentos.



Não há gigantes no território da emoção. Todos passamos por períodos dolorosos. Ninguém consegue controlar todas as variáveis dentro e fora de si. Por isso, a vida humana é sinuosa, turbulenta e bela. A sabedoria de um homem não está em não errar, chorar, se angustiar e se fragilizar, mas em usar seu sofrimento como alicerce de sua maturidade.



Augusto Cury - Inteligência Multifocal 

10 doenças espirituais transmissíveis




Com os olhos bem abertos
A prática do discernimento na senda espiritual

A senda espiritual é como qualquer caminho: há buracos e desvios. Para andar com segurança é necessário uma qualidade muito pouco ensinada mas que se mostra essencial: discernimento. Mariana Caplan nos ensina a desenvolver o critério necessário para levar uma vida espiritual com inteligencia e clareza.

A iluminação tem a ver com uma felicidade repentina ou com o desmantelar de nossas ilusões? Qual é o melhor modo de trabalhar o ego e a sombra? Aqui estas e outras questões são respondidas, oferecendo aos praticantes de qualquer tradição um guia para transitar no labirinto de crescente sutiliza que define uma genuína vida espiritual.
As seguintes 10 categorias não pretendem ser definitivas, mas são oferecidas como uma ferramenta para tomar-se consciência das mais comuns doenças espirituais transmissíveis.


1. A Espiritualidade Fast-Food: Misture a espiritualidade com uma cultura que celebra a velocidade, a multitarefa e a gratificação instantânea e o resultado é provável que seja a espiritualidade fast-food. A espiritualidade fast-food é um produto da fantasia comum e compreensível de que o alívio do sofrimento da nossa condição humana pode ser rápida e fácil. Uma coisa porém é certa: a transformação espiritual não pode ser obtida em uma solução rápida.


2. Falsa Espiritualidade: a espiritualidade do falso é a tendência de falar, vestir e agir como se imagina que uma pessoa espiritual seja. É uma espécie de imitação da espiritualidade que imita a realização espiritual à maneira do tecido estampado de pele de onça que imita a pele genuína de uma onça. (Aqui nós encontramos aquelas pessoas que estão sempre sorrindo e sendo boazinhas, que não dizem palavrões e que jamais se irritam ou perdem a calma. Pelo menos, aparentemente)

3. Motivações Confusas: Embora o nosso desejo de crescer seja genuíno e puro, muitas vezes ele se confunde com motivações menores, incluindo o desejo de ser amado, o desejo de pertencer, a necessidade de preencher nosso vazio interior. A crença de que o caminho espiritual removerá o nosso sofrimento e ambição espiritual, o desejo de ser especial, de ser melhor do que, de ser "o único".

4. Identificando-se com Experiências Espirituais: Nesta doença, o ego se identifica com a nossa experiência espiritual e a toma como sua própria, e nós começamos a acreditar que estamos incorporando insights e idéias que surgiram dentro de nós em determinado momento. Na maioria dos casos, isso não dura indefinidamente, embora tenda a perdurar por longos períodos de tempo para aqueles que se julgam iluminados e/ou que trabalham como professores espirituais.

5. O Ego Espiritualizado: Essa doença ocorre quando a própria estrutura da personalidade egóica se torna profundamente integrada com conceitos espirituais e ideias. O resultado é uma estrutura egóica, que é "à prova de bala." Quando o ego se torna espiritualizado somos invulneráveis a ajudar, a novas informações ou a feedbacks construtivos. Nos tornamos seres humanos impenetráveis, travados em nosso crescimento espiritual, tudo em nome da espiritualidade.

6. Produção em Massa de Professores Espirituais: Há uma série de tradições espirituais em moda atualmente que produzem pessoas que acreditam estar em um nível de iluminação espiritual ou maestria muito além de seu nível real. Esta doença funciona como uma correia transportadora espiritual: coloca um brilho, leva àquele insight, e - bam! - você está iluminado e pronto para iluminar os outros de maneira similar. O problema não é aquilo que tais professores ensinam, mas representarem a si próprios como tendo realizado a maestria espiritual.

7. Orgulho Espiritual: O orgulho espiritual surge quando o profissional, através de anos de esforço trabalhado efetivamente, alcançou certo nível de sabedoria e usa esse conhecimento para recusar novas experiências. Um sentimento de "superioridade espiritual" é outro sintoma desta doença transmitida espiritualmente. Ela se manifesta como uma sensação sutil de: "eu sou melhor, mais sábio e acima dos outros porque sou espiritual".

8. Mente de Grupo: Também conhecido como o pensamento grupal, mentalidade de culto ou doença ashram. A mente de grupo é um vírus insidioso que contém muitos elementos tradicionais da co-dependência. Um grupo espiritual faz acordos sutis e inconscientes sobre as formas corretas de pensar, falar, vestir e agir. Indivíduos e grupos infectados com o "espírito de grupo" rejeitam indivíduos, atitudes e circunstâncias que não estão em conformidade com as regras, muitas vezes não escritas, do grupo.

9. O Complexo de Povo Escolhido: O complexo de pessoas escolhidas não se limita aos judeus. É a crença de que: "o nosso grupo é mais poderoso, iluminado, evoluído espiritualmente e melhor do que qualquer outro grupo". Há uma distinção importante sobre o reconhecimento de que alguém encontrou o caminho certo ou o professor ou a comunidade certa para si e, o tendo encontrado, aquele é O Único.

10. O Vírus Mortal: "Eu Cheguei": Esta doença é tão potente que tem a capacidade de ser terminal e mortal para a nossa evolução espiritual. Esta é a crença do "Eu cheguei" na meta final do caminho espiritual. Nosso progresso espiritual termina no ponto em que essa crença se cristalizou em nossa psique. No momento em que começamos a acreditar que chegamos ao fim do caminho, um maior crescimento cessa.

"A essência do amor é a percepção", de acordo com os ensinamentos de Marc Gafni, "Portanto, a essência do amor próprio é a auto-percepção Você só pode se apaixonar por alguém que você pode ver claramente – incluindo a si mesmo. Amar é ter olhos para ver. É só quando você se vê claramente que pode começar a se amar ".

É no espírito dos ensinamentos de Marc que eu acredito que uma parte crítica do discernimento da aprendizagem no caminho espiritual é a descoberta da doença generalizada do ego e do auto-engano que está em todos nós. Ou seja, é quando precisamos de senso de humor e do apoio de amigos espirituais reais. À medida que enfrentamos nossos obstáculos para o crescimento espiritual, há momentos em que é fácil cair em um sentimento de desespero e auto-diminuição e perder nossa confiança no caminho. Precisamos manter a fé em nós mesmos e nos outros a fim de realmente fazer a diferença neste mundo.

Mariana Caplan, Ph.D.
Autora de “Eyes Wide Open” (Olhos Bem Abertos): Cultivando o Discernimento no Caminho Espiritual

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