Com o conteúdo de séculos somos condicionados,
sem a mínima permissão, inicialmente pela família e, posteriormente, através da
Escola, Sociedade, Religião, e assim por diante. A partir daí, fomos condenados
a viver de acordo com a vontade e necessidade de todos, em detrimento de nossas
necessidades.
Em resultado, fomos tomados por uma grande
dependência de aprovação das pessoas; cresci com a idéia de que, para ser
querida por todos, tinha que ser a boa menina, agradar todo mundo, comportamento
este que causava uma grande contradição interna, uma vez que dentro de mim, por
ser muito rebelde e insatisfeita, não conseguia aceitar essas coisas..
Desde criança, nunca fui uma pessoa normal,
sempre me senti insatisfeita, o que me levou muito cedo à uma busca, à uma
necessidade espiritual, fora de série, por respostas à muitas perguntas.
Nessa incessante busca espiritual, descobri que
os pensamentos são condicionamentos recebidos de geração em geração; eles não
são meus, são velhos como o tempo e, uma vez identificado com eles, o conflito
está instalado.
Tenho percebido que o processo do pensamento,
chega por meio de uma sugestão; se não há identificação com a mesma,
imediatamente o pensamento produz várias outras sugestões, de várias maneiras.
Constato que, pelo fato de ainda não ter uma “inteligência” para me comunicar
com as pessoas, as quais também não possuem a mesma “inteligência” para receber
o que comunico, muito do que falo, é interpretado de forma equivocada, sempre de
acordo com o fundo psicológico do interlocutor. Percebo que, o resultado do
pensamento, quando destituído dessa "inteligência", é o isolamento total.
Durante muitos anos, por não saber desse
processo do pensamento, muito me culpei, transferindo essa culpa para as
pessoas. Hoje, há uma observação e meditação que me dá condições de não me
identificar cem por cento como antes, o que não é fácil pois, se vacilo, o
pesamento entra, a mente se fecha, resultando em caos total.
Então, preciso de muita atenção na forma em que
me comunico, porque nem sempre eu ou as pessoas, estão com a mente aberta para
escutar aquilo que quero dizer, mesmo porque, nem sempre consigo expressar
aquilo que realmente quero.
Assim, como vejo que a dificuldade quase sempre
se encontra numa má comunicação, continuo buscando por essa “Expressão” maior, a
qual pode me dar condições de estar em Paz comigo e com meus semelhantes, acima
do bem e do mal.
Andréa Zafra
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